quarta-feira, 27 de abril de 2011


Um dia você vai estar sozinho, vai fechar os olhos e tudo estará negro. Os números da sua agenda passarão claramente na sua frente e você não terá nenhum para discar. Sua boca vai tentar chamar alguém, mas não há alguém solidário o bastante para sair correndo e te dar um abraço, nem te colocar no colo e acariciar seus cabelos até que o mundo pare de girar. Nessa fração de segundos, quando seus pés se perderem do chão, você vai lembrar da minha ternura e do meu sorriso infantil. Virão súbitas lembranças gostosas dos meus abraços e beijos, da minha preocupação com você e só vão ter algumas musicas repetindo em seu radio: as nossas. Em um novo momento você vai sentir um aperto no peito, uma pausa na respiração e vai torcer para ter o nosso mundinho delicioso de novo. O nome disso é saudade, aquilo que eu tinha tanto e te falava SEMPRE. E quando você finalmente discar meu numero, ele estará ocupado demais, ou nem será mais o mesmo ou até mesmo eu nem queira atender, e se você bater na minha porta, ela estará muito trancada, se aberta, mostrara uma casa vazia. Seus olhos te ensinarão o que são lagrimas, aquelas que eu te disse que ardiam tanto. O nome do enjôo que você vai sentir é arrependimento, e a falta de fome que virá chama-se tristeza. Então quando os dias passarem e eu não te ligar, quando nada de bom te acontecer e ninguém te olhar com meus olhos encantados, você encontrará a famosa solidão, a partir daí o que acontecerá chama-se surpresa, e provavelmente o remédio para todas essas emoções acima… É aquele tal de tempo em que você tanto falava!


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